A paralisia cerebral é classificada segundo Santiago et al. (2008, p.47-52) conforme o tipo e a localização do distúrbio motor. A Paralisia Cerebral Espástica, pode ser dividida em quadriplégica, hemiplégica e diplégica. Decorrente de uma lesão do sistema nervoso central (SNC), que compromete o neurônio motor superior, na região do trato piramidal, ou voluntário. Podem apresentar as seguintes características: Espasticidade (hipertonia piramidal), reflexos profundos hiperativos, clônus, reflexo cutâneo plantar em extensão (sinal de Babinski), lentificação dos movimentos, fraqueza e atrofia muscular (paresia), contraturas e dor. A espasticidade ou hipertonia piramidal possui a característica de ser eletiva, predomina em certos grupos musculares (flexores dos membros superiores e extensores dos membros inferiores). Também está presente a elasticidade quando encontrando-se a resistência muscular para execução da movimentação passiva, no início do movimento cede logo depois de algum esforço, ( nos remete a abertura de um canivete); logo depois acaba a distensão, o segmento retorna progressivamente a posição inicial. Muitas vezes, vem acompanhada de hiper-reflexia profunda, sincinesias e reflexo cutâneo plantar em extensão (sinal de Babinski).
Assim sendo é fundamental para adaptar as expectativas dos pais quanto a realidade da situação que se apresenta e que segundo os autores:
Os médicos e profissionais de saúde que lidam com crianças portadoras de paralisia cerebral devem estar preparados para fornecer aos pais e responsáveis informações adequadas sobre diagnóstico e prognóstico (SANTIAGO et al.2008, p.52)
Paralisia Cerebral Espástica
Ocorre lesão no sistema piramidal, neste caso o tônus muscular é aumentado (hipertonia) através da espasticidade com o aumento dos reflexos tendíneos e resistência ao estiramento muscular rápido. Na forma hemiplégica apresenta déficit motor e espasticidade em hemicorpo, de um lado do corpo nos membros superior e inferior, contralateral ao lado do cérebro comprometido. Costuma ocorrer em AVC intra uterino, malformações cerebrais e TCE. Na forma diplégica existe um maior comprometimento dos membros inferiores e em menor grau dos membros superiores, com lesões próximas aos ventrículos, com prognóstico de marcha favorável. Na forma Quadriplégica acomete os quatro membros, além da diminuição do controle da cabeça e do tronco, com aquisições motoras tardias ou inexistentes. Acontecem devido a lesões cerebrais difusas graves e são a forma mais grave de PC (ARAÚJO e GALVÃO, 2007, p. 329).
Paralisia Cerebral Discinética
Proveniente de lesão do trato extrapiramidal e pode estar relacionada a lesão dos gânglios da base (núcleos do centro do cérebro). Caracteriza-se por dificuldades em manter a postura, executar movimentos voluntários e coordenar movimentos automáticos pelas alterações na regulação do tônus muscular e falha na coordenação motora. Na forma Coreoatetósica existe dificuldade para articular a fala e os movimentos são lentos, suaves e uniformes na parte distal dos membros onde ocorre a atetose, e movimentos rápidos, arrítmicos e amplos na região proximal dos membros denominada coréia, ou movimentos bruscos na região proximal dos membros chamado balismo. A forma distônica não é comum e possui movimentos involuntários amplos e fixos, menos intensos e as posturas que envolvem tronco ou um membro, realizam movimentos involuntários ao realizar mudanças de postura (ARAÚJO e GALVÃO, 2007, p. 329).
Paralisia Cerebral Atáxica
Acontece devido a lesões no cerebelo ou nas vias cerebelares, onde ocorre ataxia do tronco quando sentado, hipotonia, presença de incoordenação motora, tremor intencional e dismetria, com marcha instável com base alargada (ARAÚJO e GALVÃO, 2007, p.330).
Paralisia Cerebral Hipotônica
É uma forma rara e normalmente fica de fora na literatura como forma de classificação, acontece quando a hipotonia persiste além dos 2 anos de idade. Também existe a PC mista que ocorre devido a lesões difusas e de grande extensão (ARAÚJO e GALVÃO, 2007, p.330).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO e GALVÃO. Desordens Neuromotoras. In Cavalcanti e Galvão. Fundamentação e Prática. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2007, p.328-330.
SANTIAGO, S. C.; GAUZZI, L. D. V.; TEIXEIRA, M. l. G.; FONSECA, L. F. Paralisia Cerebral: Classificação e Apresentação Clínica. In: LIMA, C. l.; FONSECA, L. F. PARALISIA CEREBRAL - Neurologia - Ortopedia - Reabilitação. Belo Horizonte MG. Editora Científica Ltda - Med Book. 2ª Ed. 2008.
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