O lúpus induzido por drogas (LID), está relacionado à exposição contínua (mais de 30 dias) a fármacos. Tem desenvolvimento de sintomas semelhantes ao do lúpus eritematoso sistêmico idiopático e o quadro do usuário volta ao normal quando ocorre a suspensão dos medicamentos desencadeantes.
O LID, diferentemente do Lúpus eritematoso sistêmico, é mais comum na raça caucasiana e raro nos negros. Apresenta igual ocorrência entre os sexos e a idade média de surgimento dos sintomas é maior do que a estipulada no LES. Estima-se uma incidência de 15 a 20 mil casos de LID por ano em todo o mundo. As drogas mais comuns que se tem o conhecimento para desencadear tal quadro são procainamida e a hidralazina, mas o primeiro relato da doença aconteceu com a sulfadiazina, em 1945.
No lúpus induzido por drogas existe uma grande produção de anticorpos antinúcleo e sua reação contra o grupo de proteínas histona mostra seu padrão homogêneo de distribuição. Os anticorpos anti-histona, anti-DNA dupla-hélice, antifator de necrose tumoral, antimieloperoxidase, antielastase e anticardiolipina induzidos pelas drogas apresentam resultados negativos após a retirada da medicação.
Veja na tabela abaixo a classificação das drogas relacionadas à ocorrência do LID:
O grupo IV é composto por novos agentes biológicos que foram recentemente descobertos como possíveis causadores da patologia, como por exemplo o bloqueador TNF, "ANTI-TNF", que contribui para criação de auto-anticorpos, principalmente anticorpos antinúcleo, anti-ribonucleoproteína (anti-RNP), anti-dsDNA, anticardiolipina e anticorpos contra o antígeno Smith (anti-Sm).
O Metabolismo oxidativo das drogas, principalmente hidralazina e procainamida são feitos por neutrófilos ativados, que realizam a acetilação lenta, sendo isso um dos fatores que predispõe à ocorrência de LID em pacientes que consomem tais drogas.
O uso de inibidores da metilação do DNA também podem desenvolver a patologia, já que a metilação silencia genes inativos, genes não-essenciais para as funções celulares, logo se ocorre a inibição de tal função o DNA fica sem esse meio de segurança. Em pacientes que desenvolveram a doença por inibição da metilação por uso de alguma droga, como procainamida e hidralazina apresentam níveis elevados da substância perforina e do antígeno 1 associado à função leucocitária, gerados pela desmetilação do gene da perforina.
De maneira geral, as hipóteses para o aparecimento do LID no organismo pelo uso de drogas são:
➥ A inibição da acetilação do DNA, ocasionando a ativação das células T;➥ A ação de metabólitos ativos que poderiam interferir com a tolerância;
➥ A seleção tímica ou a ativação das células apresentadoras de antígenos, permitindo uma ativação generalizada e inapropriada do sistema imunitário;
➥ A exposição a antígenos ocultos, que poderiam desencadear a resposta imune.
[REFERÊNCIA]
Autores: Camila Marchi, Mayke Silva e Nathália Scremin. Grupo 05.
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