Câncer - PATOLOGIA (grupo7)


CÂNCER


O câncer é uma doença que surge a partir de uma mutação genética, ou seja, a partir de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para a execução de suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas.
As células que compõem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa; o citoplasma (o corpo da célula); e o núcleo, que contém os cromossomos, que, por sua vez, são compostos de genes. Genes são como arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomos passam as informações para o funcionamento da célula.
É notável que o organismo humano encontra-se exposto a diversos fatores carcinogênicos, (o processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese) com efeitos aditivos ou multiplicativos. É sabido também que a predisposição individual tem um papel decisivo na resposta final, mas não é possível determinar em que grau ela influencia a relação entre a dosagem e o tempo de exposição ao carcinógeno e a resposta singular à exposição. Independentemente da exposição à carcinógenos, as células sofrem processos de mutação espontânea, esse processo não altera o desenvolvimento normal da população celular como um todo. Estes fenômenos incluem danos oxidativos, erros de ação das polimerases e das recombinases e redução e reordenamento cromossômico. Deve-se considerar a prudência imunológica como mecanismo de correção ou exclusão das células mutantes. Os fenômenos de mutação espontânea podem condicionar uma maior ou menor instabilidade genômica, que pode ser decisivo nos processos iniciais da carcinogênese, e consequentemente de aneuploidia e amplificações genéticas.
Resumidamente, pode-se dizer que a carcinogênese pode iniciar-se de forma espontânea ou ser provocada pela ação de agentes carcinogênicos (químicos, físicos ou biológicos), nestes dois casos, averigua-se a indução de alterações mutagênicas e não-mutagênicas ou epigenéticas nas células.
A taxa de incidência, a distribuição geográfica e o comportamento de tipos específicos de cânceres estão relacionados a diversos fatores, que incluem: sexo, idade, raça, predisposição genética e exposição a carcinógenos ambientais. Dentre esses, os fatores ambientais são, provavelmente, os mais importantes. Os carcinógenos químicos (particularmente aqueles presentes no tabaco e resultantes de sua combustão e metabolismo), bem como determinados agentes, como os azocorantes, aflatoxinas e benzeno, foram claramente implicados na indução de câncer no homem e animais. O tempo para a carcinogênese ser completada é indeterminável, podendo ser necessários muitos anos para que se verifique o aparecimento do tumor. De acordo com a teoria, a carcinogênese pode ser interrompida em qualquer uma das etapas, se o organismo for capaz de reprimir a proliferação celular e de reparar o dano causado ao genoma.
A imagem abaixo apresenta as etapas da carcinogênese.



A vida da célula abrange um conjunto sequenciado de eventos, o qual é chamado de ciclo celular, e é composto por cinco fases: G1, S, G2, M e GO. Cada fase tem em sua duração um tempo variável, até mesmo nas células sob reprodução controlada, mas os processos ocorridos no interior das células são iguais para todas elas

Sabe-se que as células cancerosas e as normais se dividem mais ligeiramente quando os volumes teciduais ou tumorais são menores e mais lentamente, se esses volumes são maiores, isto induz a um crescimento exponencial com curtos tempos de duplicação em tumores de menor volume.  Nota-se formas de crescimento celular controladas e não-controladas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento controlado, as neoplasias correspondem às formas de crescimento não-controladas e, na prática, são chamadas de “tumores”.
A palavra tumor tem um significado mais ampliado neste contexto, representando um aumento de volume dos tecidos que, inclusive, pode não ser provocado por uma proliferação neoplásica verdadeira. Uma das primeiras dificuldades enfrentada no estudo da neoplasia é encontrar a sua definição, pois ela se baseia nos aspectos descritos da morfologia e biologia do processo. Como alguns desses aspectos vêm se modificando à medida que os conhecimentos evoluem, também as definições se modificam. Hoje, define-se a neoplasia como sendo “uma proliferação anormal de tecido que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo, tendendo à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro” (PÉREZ -TAMAYO, 1987; ROBBINS, 1984). Várias classificações foram propostas para as neoplasias. A classificação mais utilizada leva em consideração dois aspectos básicos: o comportamento biológico e a histogênese.

Tumores Benignos e Malignos

Os tumores são divididos em benignos e malignos, de acordo com o seu comportamento biológico e é de grande importância estabelecer essa diferença.  Existem alguns critérios que permitem definir com segurança o diagnóstico, são esses:
·         Encapsulação - Os tumores benignos geralmente não têm cápsulas verdadeiras, e sim pseudocápsulas fibrosas que se formam em decorrência da compressão dos tecidos vizinhos pelo crescimento lento e expansivo do tecido tumoral. Já no caso dos tumores malignos, o crescimento rápido, desordenado e infiltrativo do tecido não permite a formação das pseudocápsulas;
·         Crescimento - Como todas as estruturas orgânicas, os tumores também têm parênquima, representado pelas células que os estão originando, e têm estroma, representado pelo tecido conjuntivo, vascularizado, que constitui a estrutura da sustentação e o veículo da nutrição do parênquima. Os tumores benignos quase que sempre exibem crescimento lento e expansivo, possuindo um estroma adequado, com um bom suprimento vascular, raramente mostrando necrose e hemorragia. Já os tumores malignos, pela rapidez e desorganização no crescimento, pelo caráter infiltrativo e pelo alto índice de multiplicação celular, geralmente apresentam uma desproporção muito grande entre o parênquima tumoral e o estroma vascularizado, exibindo áreas extensas de necrose ou hemorragia. A capacidade invasiva das neoplasias malignas é a principal responsável pela dificuldade da erradicação cirúrgica das mesmas.
·          Morfologia - As células parenquimatosas dos tumores expõem graus variados de distinção. As dos tumores benignos são bem diferenciadas e reproduzem a aparência das células do tecido original. Dificilmente observam-se atipias nas neoplasias benignas. Já as células dos tumores malignos apresentam menores graus de diferenciação, logo, não reproduzem as características dos tecidos que as originaram. Assim sendo, as células malignas mostram caracteres morfológicos que se afastam, em grau variado, daqueles da célula de origem. As alterações anaplásicas são mais evidenciadas nos núcleos das células, caracterizandose pelo pleomorfismo nuclear, com variação de forma, tamanho e cromatismo, assim como pelas modificações da relação núcleo/citoplasma, pela proeminência dos nucléolos e pelo espessamento da membrana nuclear.
·         Mitoses - O número de mitoses expressa a atividade da divisão celular. Deste modo, quanto maior a atividade proliferativa de um tecido, maior é o número de mitoses verificadas. No caso dos tumores, o número de mitoses relaciona-se inversamente com o grau de diferenciação tumoral: quanto mais diferenciado o tumor, menor o número de mitoses observadas. Nos tumores benignos, as figuras de mitose são poucas e todas têm aspecto típico. Já no caso dos tumores malignos, as figuras de mitose são vistas em maior número e podem ter aspecto atípico.
·          Antigenicidade - As células dos tumores benignos, por serem bem diferenciadas, não apresentam a capacidade de produzir antígenos. No entanto, as células cancerosas podem apresentar esta capacidade. Esta propriedade da célula maligna vem permitindo a identificação de alguns antígenos tumorais e, consequentemente, tem trazido progressos ao estudo da imunologia das neoplasias. Os antígenos tumorais vêm sendo utilizados no diagnóstico de alguns tipos de câncer. Por exemplo, sabe-se que, no caso do câncer hepático, as células malignas voltam a produzir antígenos fetais (alfafetoproteína), que normalmente não são produzidos pelos hepatócitos.
·         Metástases - Os tumores malignos têm capacidade de invasão e disseminação, o que resulta na produção das metástases, principal característica do câncer. A metástase constitui o crescimento neoplásico secundário, a distância, sem continuidade com o foco primitivo.



Logo, a primeira imagem que aparecerá abaixo irá apresentar de forma resumida a diferenciação desses tumores seguida de uma tabela que irá apresentar a nomenclatura dos tumores, apontando sua origem e característica. 








Autoras: Ana Carolina, Evelyn e Yasmin Almeida. Grupo 7 

REFERENCIAS
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: INCA, 1999. 304p.
FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER. In:______. Ações de enfermagem no controle do câncer. 2. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2002. p. 55-81.
SAÚDE DIRETA. In: Fisiopatologia do câncer. Disponível em: < http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340285423cap2%20(1).pdf>.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Câncer: a patologia, causa e tratamento. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer>.



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